KAULA TANTRA - A ARTE DO RITUAL E DA MAGIA (LIVRO)

KAULA TANTRA – A ARTE DO RITUAL E DA MAGIA

O livro Kaula Tantra- A arte do ritual e da magia é um trabalho pioneiro no Brasil, trazendo uma abordagem séria e esclarecedora do Kaula Tantra como escola preceptora do tantrismo indiano.

A edição está divida em quatro partes que dissecam, desmistificam e sistematizam o tantra desde suas origens remotas até sua consolidação histórica na idade média indiana. A segunda parte se concentra na exposição principiológica do Tantra Vidya retratando a cosmogonia tântrica, a Kundalini e chakras. As duas últimas partes estão reservadas ao contexto prático da tradição expondo de forma clara a Sadhana Tântrica e os Rituais Secretos.

O autor, Tarananda Sati, é um dedicado estudioso do Tantra há mais de trinta anos, o que torna o seu trabalho digno de credibilidade e uma fonte segura de pesquisa, uma ilha em meio à um mar de interpretações distorcidas da Ciência Sagrada do Tantra.  

Recomendadíssimo!!!!

Um release do autor:

Tarananda Sati é físico formado pela Universidade de São Paulo e dedica-se há mais de 30 anos ao estudo e à prática do Tantra, principalmente da Tradição Vedanta. Apresenta palestras e cursos sobre o assunto com uma interpretação própria, em conformidade com a linguagem dos conhecimentos científicos modernos.

Há 15 anos vem se dedicando às Tradições Kaula e Trika, conforme a linha Spanda da Caxemira. Durante esses anos ministra palestras e cursos regulares sobre Vedanta Advaita, Tantra, Samkhya e em especial sobre o Bhagavad Gita. Além disso, orienta grupos de meditação para aqueles que buscam o autoconhecimento por meio dessas tradições.

Na Índia se diz que o ritual é a arte da religião, portanto o Tantra seria a vivência da religião como arte nas atividades plenas da vida. Como tal, seus adeptos o consideram o caminho mais adequado aos homens da era de Kali, no qual os instintos acumulados no corpo físico através de milhares de anos de evolução biológica se constituem em um fator determinante da personalidade e do comportamento.

Este é um estudo introdutório para aqueles que querem conhecer o verdadeiro Tantra - em conformidade com as Tradições Kaula. O Tantra é uma ciência e um caminho espiritual complexo, e para a sua comprensão é necessária uma visão profunda de sua alquimia, metafísica e teologia, sem os quais a descrição de seus rituais secretos se confundirão com a milenar arte do sexo prazeroso. Tarananda Sati encontrou a fórmula perfeita para apresentar de maneira sucinta um assunto vasto e fascinante: conseguiu o equilíbrio entre os principais aspectos do Tantra, de forma a proporcionar ao leitor não somente uma visão do tantrismo tal como foi praticado no passado, mas também uma proposta para o presente.

Fugindo da vulgaridade, Kaula Tantra - A Arte do Ritual e da Magia pretende que esta religião possa ser aceita por todos os que não temem rever seus conceitos e a visão que têm da vida e da sociedade, seja na Índia ou em qualquer outro lugar do mundo.

Editora Madras

ISBN: 85-3700-010-8

Páginas: 240

Preço: R$ 35,90 

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SOBRE O KAULA TANTRA

SOBRE A DOUTRINA DA ILUSÃO

KALI MANTRA

De acordo com a tradição os sadhanas tântricos são os mais apropriados para a era do Kaliyuga. Essas práticas conferem ao sadhaka bem-aventurança, desprendimento e auto-realização, tanto na vida natural quanto na busca pela iluminação do espírito.

O sadhana dedicado à Mãe Kali pode ser feito através de pujas, yantras, mantra etc, prescritos nos textos sagrados, mas é necessário considerar a adhikari(competência)para sua realização.

Os mantras fazem parte do sadhana e a escolha do mesmo está adstrita a algumas observações.

Dois aspectos devem ser buscados na recitação dos mantras: MantraCaitanya, ou seja a consciência profunda, que eleva os estados psíquicos; e MantraShakti, o poder do mantra. Essas são características que devem conter nos mantras para seu efetivo sucesso.

Para o buscador iniciante é recomendado o seguinte mantra, que pode ser realizado por três vezes diariamente, com o auxílio de um japamala de 108 contas:

OM KRIM KALYAI NAMAH
pronúncia: AUM kreem kahl-yai nah-mah-hah
tradução: Nós a chamamos e nos curvamos a Kali, Ela que é toda a vida, com honra e respeito.

Abaixo segue o link com a pronúncia em áudio do mesmo:
http://www.jukeboxalive.com/audio_play_offsite.php?mid=1980825&skin=1980563&method=play&popup=on

KALI DURGA BHAJAN

KALI DURGA BHAJAN

Um Bhajan é a música indiana devocional podendo ser um simples mantra ou kirtan expressando o amor ao Divino.

KALI & DURGA
Jai Mata Kali Jai Mata Durge
Jai Mata Kali Jai Mata Durge
Kali Durge Namo Namah
Kali Durge Namo Namah
Kali Durge Namo Namah
Kali Durge Namo Namah
Jai Mata Kali Jai Mata Durge
Jai Mata Kali Jai Mata Durge

Om Kali Om Mata
Durga Devi, Namo Namah
Shakti Kundalini
Jagade Mata

Jagoma Jagoma Shankari Maa
Shankari Maa Abhayankari Maa
Devi daya karo Shiva ramana

Radha & Krishna
Radhe Radhe Radhe bol
Radhe Govindah bol
Radhe Radhe Radhe bol
Radhe Govindah bol
Radhe Govindah bol
Radhe Govindah bol
Radhe Radhe Radhe bolo
Radhe Govinda bol

Abaixo um belo bhajan em adoração à dois aspectos da Mãe Divina: Kali e Durga.

A ORIGEM NÃO-ARIANA DO TANTRA

A origem do Tantra tem sido tema de várias discussões acadêmicas, questionando se o tantra budista precedeu o tantrismo hindu. Esta questão tem sido resolvida por estudos mais recentes sobre o tantrismo, especialmente pelo trabalho de Lalan Prasad Singh.

              L.P. Singh acredita que no vale do Indo antes da chegada dos Arianos para alí se estabelecerem, a dualidade básica do universo foi expressa pela dualidade de Shiva e a Deusa Mãe, esposa de Shiva, os dois deuses, entre muitos outros, adorados pelo povo de Harappa e Mohenjo-daro. E quando os arianos entraram em contato com o Sadhanas Tântricos do povo não-ariano no Vale do Indo, estas práticas esotéricas foram incorporadas aos Vedas, transformando-os profundamente. Enquanto a poesia e as canções do Rig Veda foram compostas no lar original dos Arianos da Ásia Central, o Yajur Veda tinha sido composto no Irã e representa uma transição para a especulação filosófica e exploração da realidade por "entrar no Além que está no interior ", pelo uso da intuição.

               Essa metamorfose da tradição védica foi concluída no Atharva Veda, afirma Singh, composta quando os arianos descem através do vale do Indo e ao longo do Ganges. "O Arianos foram influenciados pela ciência intuitiva dos tantras e muitos deles abandonaram os seus sacrifícios cerimoniais para se iniciarem nos cultos Tantras. Aqueles Brâmanes, que adotaram o tantra, eram conhecidos como Mishra.

                Singh alega ainda que o Atharva Veda é uma obra monumental de Tantra Hindu, um marco da ciência da intuição do poder, porque lida com os cultos do Tantra e abrange todos os ramos do tantrismo. "Ele estabelece determinados princípios e técnicas para explorar o potencial incomensurável da mente humana. E isso é uma faca de dois gumes. Ele pode ser usado para o desenvolvimento da sociedade,  mas pode ser destrutivo se não for devidamente utilizado. Tem “uma classe de fórmulas esotéricas destinadas a estabelecer a harmonia na vida familiar da aldeia, a vitória na guerra, o desenvolvimento do intelecto, reconciliação de inimigos e deveres reais ". Ele também tem uma classe de fórmulas mágicas e encantamentos para curar doenças. "Com base no Atharva Veda, temos desenvolvido mesmerismo, sugestão hipnótica, auto-hipnose, cura mental, etc".

                  Singh compara o misticismo do Atharva Veda à "religião aberta" de Bergson, e diz que ele salienta a compreensão intuitiva do Brahman, a suprema  unificação do eu com o Brahman. Este é o único objetivo dos exercícios Tântricos em que os seus praticantes "estabelecem o processo esotérico para o desdobramento das até então fechadas câmaras mentais ". O homem é um ser espiritual e o torna tão somente quando a sua auto-intuição é despertada. Mas, enquanto a sua vida se limita a ritos e cerimônias védicas sagradas, que são realizadas por sacerdotes contratados, a sua verdadeira natureza não pode ser realizada. Não há salvação por procuração, e não há espaço para padres nos Tantras. Cada indivíduo deve aprender o processo místico, o Yoga, e tomar consciência da verdadeira natureza de si e alcançar a salvação através da fusão com o Brahman.

                  Assim, os Vedas e Tantras fundiram-se e tornaram-se dois aspectos da cultura indiana. Até o momento do nascimento de Buda no século V aC, havia um descontentamento maciço do hinduísmo védico. As práticas do Tantra Yoga tornaram-se difundidas entre os homens santos, Rishis, Yoginis, ascetas, mendigos de todos os tipos e buscadores da verdade que percorriam todo o país engajando-se em discursos sobre o significado da existência humana e a maneira de alcançar a salvação. Era uma época de grande efervescência criativa na Índia produzidos pela crise do hinduísmo védico e pela busca de alternativas, o que deu origem a grandes movimentos populares conhecidos como o Jainismo, o Budismo e outras seitas esotéricas.

                  E o próprio Buda foi um dos buscadores e errantes, sendo iniciado no Tantra Sadhana por Sanjaya, um grande praticante tântrico daqueles tempos, segundo LP Singh.

Trecho do livro “Tantra: Its Origin, Theories, Art and Diffusion From India to Nepal, Tibet, Mongolia, China, Japan and Indonesia” de Victor M. Fic.

Interessante trabalho que explora as origens do Tantra na Índia e sua difusão e desenvolvimento através das escolas Hindu e Budista através dos séculos. O livro vem recheado de ilustrações de monumentos, templos e divindades.  O autor,Victor M. Fic, é  Mestre e Doutor PhD, certificado do Instituto russo e  diplomado em Indologia; é professor emérito de Ciência Política da Universidade Brock, St. Catharines, Ontário, Canadá.